TOMADA DE MONTE CASTELO ABRE AS COMEMORAÇÕES DO BICENTENÁRIO DE NASCIMENTO DO BRIGADEIRO ANTÔNIO DE SAMPAIO EM FORTALEZA
"Depois do assisti em Monte Castelo, quando passo por um soldado de Infantaria, tenho vontade de prestar-lhe continência."
General Cordeiro de Farias, Comandante da Artilharia Divisionária da Força Expedicionária Brasileira (FEB)

TOMADA DE MONTE CASTELO - 21 DE FEVEREIRO DE 1944


Soldados do Regimento Sampaio em Monte Castelo após a vitória


O Exército Brasileiro comemora, em 21 de fevereiro, um de seus maiores feitos em campo de batalha – o Aniversário da Tomada de Monte de Castelo pela Força Expedicionária Brasileira (FEB), durante a II Guerra Mundial. O faz enfatizando o valor da contribuição brasileira para a vitória dos Aliados e reverenciando o sacrifício de seus heróis naquelas longínquas paisagens italianas. Foram 227 dias de combates, percorrendo palmo a palmo cerca de 400km de terreno, libertando dezenas de vilas e cidades do jugo nazi-facista, superando as adversidades do rigoroso inverno europeu, desalojando o inimigo de posições fortificadas com a determinação férrea daqueles que crêem na justiça de suas causas, conquistando elevações de grande importância tática e impondo a rendição incondicional a duas divisões inimigas.

Monte Castelo fez parte dessa gloriosa campanha. Recordemos, pois, sua história. A 30 de outubro de 1944, fruto da Conferência do Passo de Futa, o Comandante do V Exército, manifestou o propósito de retomar a ofensiva na Itália antes da chegada do inverno. Nesse contexto tático, coube à 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE) deslocar-se do Vale do Sercchio para o do Reno, onde combateria ao lado da 10ª Divisão de Montanha norte-americana para romper a linha defensiva alemã.

A concentração dos meios da Divisão brasileira no vale do Reno ocorreu de 4 a 30 de novembro de 1944. A estação das chuvas e lama cedia lugar à neve e ao frio – fatores que, associados ao valor defensivo do terreno e à insuficiência de meios, dificultaram sobremaneira o desenvolvimento das operações ofensivas, exigindo grande capacidade de adaptação dos pracinhas brasileiros.

Os Aliados pretendiam, com a ofensiva no Vale do Reno, fixar as unidades alemãs na Itália e criar condições para a conquista de Bolonha, importante nó rodoferroviário ao norte da Itália, que abria passagem para a Áustria.
Em novembro e dezembro de 1944, forças brasileiras e norte-americanas desencadearam ataques malogrados contra as posições defensivas alemãs aferradas na linha de alturas de Monte Castelo e Monte Belvedere, respectivamente. Porém, a chegada do inverno obrigou o adiamento da ofensiva para o ano seguinte.

E foi justamente no mês de fevereiro de 1945 que a 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária e a 10ª Divisão de Montanha retomaram a ofensiva. No dia 21, precisamente às 05h30min, a 1ª DIE cruzou a linha de partida e atacou Monte Castelo. Depois de um dia de intensos combates, as forças brasileiras subjugaram a defesa inimiga. Às 17h20min, fruto do suor e sangue dos nossos valorosos soldados, pôde-se ver desfraldada, no topo daquela elevação, a vitoriosa Bandeira do Brasil.

Tal foi o desempenho da 1ª DIE – FEB na Tomada de Monte Castelo que mereceu expressiva referência do Comandante do IV Corpo de Exército, nos seguintes termos:
“Na captura de Monte Castelo e no avanço subseqüente contra tenaz resistência inimiga foi revelado, por parte da Força Expedicionária Brasileira, espírito ofensivo. A coordenação de vosso ataque, tanto entre as próprias unidades como com a divisão vizinha, evidenciou um meticuloso plano de estado-maior e uma excelente supervisão do campo de batalha. O honroso desempenho das tropas brasileiras estabelece um padrão elevado que servirá para estimular todos os outros elementos de vossa Divisão, quando chegar a oportunidade de lançá-los em novas ações ofensivas”.

Daí a importância dada pelo Exército Brasileiro a esta data, pois mais do que representar a preliminar das vitórias brasileiras no Vale do Reno, a triunfante epopéia de Monte Castelo impulsionou a FEB para as vitórias posteriores e, até hoje, inspira o Exército Brasileiro na superação dos mais diversos obstáculos que se opõem aos legítimos interesses nacionais.

 

Fontes: Site do Exército Brasileiro (www.exercito.gov)


Bicentenário de Nascimento do Brigadeiro Antônio de Sampaio - Patrono da Arma de Infantaria - 24 de maio de 2010
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